19 de dezembro de 2015

{Resenha #22} Eu Te Darei o Sol - Jandy Nelson

Oi galera! Hoje eu vim conversar com vocês sobre um dos melhores YA's do ano, na minha opinião. Eu Te Darei o Sol transmite pura arte!

Editora: Novo Conceito
Nº de Páginas: 381
Ano: 2015
Nota: 5/5


Noah e Jude competem pela afeição dos pais, pela atenção do garoto que acabou de se mudar para o bairro e por uma vaga na melhor escola de arte da Califórnia. Mal-entendidos, ciúmes e uma perda trágica os separaram definitivamente. Trilhando caminhos distintos e vivendo no mesmo espaço, ambos lutam contra dilemas que não têm coragem de revelar a ninguém. Contado em perspectivas e tempos diferentes, EU TE DAREI O SOL é o livro mais desconcertante de Jandy Nelson. As pessoas mais próximas de nós são as que mais têm o poder de nos machucar.







Eu tentei escrever algo sobre essa história assim que finalizei a leitura, mas foi impossível. É um desafio descrever os sentimentos e os ensinamentos que esse  livro carrega, mas sem dúvidas entrou para a lista de melhores leituras da minha vida. Experiência sensacional!
A autora nos apresenta um enredo delicado, e que parece ser sua zona de conforto: relações familiares.
Neste romance, acompanhamos as perspectivas dos irmãos gêmeos Noah e Jude em diferentes linhas de tempo. Ele narra o passado, e ela descreve o presente.
Através do olhar de Noah somos apresentados a uma família de artistas aparentemente perfeita; uma mãe carinhosa governa um lar que, inicialmente parece ideal, mas que logo se mostra como um castelo de vidro, frágil e instável.
Noah é o típico pré-adolescente invisível. Desde pequeno ele demonstrou amor pela arte e como a maioria dos artistas, acredito eu, sempre foi uma pessoa sensível e emotiva. Ao contrário de Jude, que sempre possuiu a atenção de todos, mas mesmo também tendo interesse pela arte, se mostrou uma menina fria. 

"Ao contrário de quase qualquer outra pessoa no planeta, desde as nossas primeiras células estávamos juntos, viemos para este mundo juntos. Por isso é que quase ninguém nota que Jude fala por nos dois. (...) Quando não nos desenho assim, eu nos desenho como pessoas pela metade."

Os irmãos viveram disputando a atenção dos pais. A relação entre eles sempre foi muito forte e complicada, pois ao mesmo tempo que eles queriam mostrar superioridade para os demais, contavam com o apoio um do outro.
Até que uma tragédia muda a vida dos dois, fazendo  com que toda a arte, toda a felicidade, toda a luz que eles transmitiam, cessasse.


Noah nos introduz o elemento sonhador do enredo. É ele que inicialmente constrói o ambiente e faz com que o leitor se apegue aos personagens e a suas respectivas histórias. Por isso é completamente compreensível se identificar e gostar dele, pois é sob sua visão que nós torcemos para que tudo dê certo na vida dessa família.
A genialidade dessa trama talvez esteja na crueldade da autora, quando ela  faz o leitor acompanhar duas linhas de tempo, sendo elas marcadas pela tragédia.  Então, cabe a Jude a responsabilidade de destruir todas as expectativas que nós criamos com Noah. Cabe a ela, nos contar que a história tomou um rumo diferente, que os sonhos não se realizaram. Por esse motivo, os capítulos de Jude provavelmente serão incômodos, já que ela nos diz tudo que não queríamos saber.


"Sempre que há gêmeos, um deles é um anjo e o outro é um demônio."


É nesse ambiente que vemos Noah descobrir sua opção sexual e se apaixonar pela primeira vez. É nesse ambiente que vemos seu coração ser partido por suas próprias escolhas. É angustiante ver como ele precisa esconder seus sentimentos e se retrair, privando-se de sua felicidade.
Por outro lado, acompanhamos Jude em sua tentativa de redenção, tentando reencontrar a paz que a muito tempo se perdeu. Ela se apaixonou. Errou. Se decepcionou. E é através de um novo amor, que a garota encontra sentido para sua existência.


"O amor é apenas a metade da história"

Encontramos com coadjuvantes essenciais que ajudaram a intensificar a relação dos protagonistas: Brian, que aparentemente gostava de Jude era o interesse amoroso de Noah que conheceu um britânico, que posteriormente se tornou o grande amor da vida de Jude, que o conheceu através de sua busca por Guillermo, um escultor que ela acreditava ser o salvador de sua vida. (Desafio vocês a lerem isso três vezes seguidas. Rapidamente. hehe).
Acreditem, tudo isso é narrado da maneira mais dramática e triste possível.

"Você tem de ver os milagres para que haja milagres."

 
É incrível como a Jandy Nelson conseguiu criar duas narrativas onde os mesmos personagens se conectam, tornando a leitura muito mais emocionante. Por ser poetisa, sua história apresenta um tom delicado e poético ótimo de ser lido, que dá singularidade a seu livro.

Pouco a pouco desvendamos os mistérios que envolvem a tragédia, e praticamente presenciamos a dor e o desespero dos personagens nessa trajetória em busca de respostas.

Eu Te Darei o Sol não deve ser somente lido, deve ser sentido.


"Arrisque-se (uma, duas, três, quatro vezes). Reconstrua o mundo."

 
Fica a dica de uma leitura obrigatória para os fãs de YA's!
Até mais,


Plínio Mendes

5 comentários:

  1. Oi tudo bom?
    Olha, eu digo uma coisa: você traduziu bem o que senti lendo. Afinal, minha resenha ficou um lixo apenas por não conseguir organizar.
    Livro perfeito, mensagem perfeita, tudo que se pode esperar de algo com um tema tão delicado.
    Abraço

    http://penelopeetelemaco.blogspot.com.br/

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  2. Oi, tudo bem?
    Que resenha mais lindaaa *-*
    Fiquei com mais vontade de ler o livro.
    bj


    @saymybook
    saymybook.blogspot.com

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  3. Olá Plínio, tudo bem contigo ???
    Tive a chance de ler esse livro esse ano, graças a minha querida amiga Joi, do Estante Diagonal. Confesso que esse tipo de livro não faz muito o meu estilo, e estava um pouco receosa ao iniciar a leitura, mas assim que terminei o livro, percebi que valeu a pena sair de minha zona de conforto. Me encantei com esse livro, com sua leveza, beleza, sua graça e toda a arte e sentimentos que ele transborda.
    Mas também achei a leitura meio maçante, principalmente por causa dos longos capítulos. Sou aquela leitora que gosta de parar a leitura apenas quando o capítulo se encerra, então pense na minha frustração ao ler página e mais página e não chegar ao fim do capítulo, rsrsrs.
    Apesar de tudo, é um livro muito bonito, que vale a pena ser lido, principalmente por aqueles que se sentem curiosos e curtem esse tipo de leitura !!! *-*

    Beijinhos
    Hear the Bells

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  4. Eu li esse livro com lágrimas nos olhos. Tem tantas lições que você fica pensando em sua própria vida e em seus atos. Amei sua resenha explorou muito bem as características marcantes do livro.

    Beijos, Vanessa
    amamosaleitura.blogspot.com

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  5. Olá,
    Eu morro de vontade de ler esse livro, acho a premissa incrível e muito tocante, só não gosto muito da capa, mas isso é um mero detalhe.
    Beijos.
    Memórias de Leitura - memorias-de-leitura.blogspot.com

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